domingo, 30 de março de 2014

A Cidade de Vidro, de Cassandra Clare

Este é o terceiro livro da saga dos Caçadores de Sombras e fecha a batalha contra o vilão Valentine. Depois de ter lido os anteriores dois e de ter ficado agradada, mas não maravilhada, eis que fiquei mais contente com este volume.

Neste volume, a batalha contra as forças de Valentine intensifica-se e espera-se a todo o momento um confronto final. Clary e Jace vêem o seu relacionamento alterar-se, bem como a relação entre Simon e esta. No meio da confusão entre as relações destas personagens, os Lightwood têm de ir até Idris para reuniões com a Clave, relacionadas com os acontecimentos finais do livro anterior, e Clary vê-se de fora. No entanto, Clary consegue ir para Idris com Luke pelos seus próprios meios, uma vez que tem de descobrir o feiticeiro Ragnor Fell, como Madeleine lhe tinha dito, para procurar por uma "cura" para a sua mãe. Simon é ferido e depois preso pelo Inquisidor e pelo Cônsul. Luke apresenta Clary a Amantis, uma pessoa muito interessante e relevante para a história. Os Lightwood encontram-se com os Penhalow e são apresentados aos primos Sebastian e Aline. E, enquanto todos esperavam estar a salvo em Alicante, tudo se altera e as proteções da cidade são destruídas. Deste modo, Valentine leva a batalha mesmo para dentro dos territórios dos Caçadores de Sombras e espera vencer, estabelecendo uma nova Clave e uma nova raça de Caçadores de Sombras, mais pura, e também erradicar os Habitantes do Mundo-À-Parte do mundo. Clary, Jace e os companheiros são assim apanhados numa nova batalha e têm de agir para ajudar tudo e todos.

Senti um maior desenvolvimento da história principal, devido ao facto de terem aparecido mais personagens, do espaço e, também, do próprio clima presente ao longo desta narrativa.

Esta história passa-se em Idris, mais especificamente em Alicante, e senti que a cidade promoveu uma concretização mais intensa da história em si ou seja, o ambiente influenciou as personagens e os acontecimentos. Senti muito isso. Talvez porque também quisesse conhecer Idris e Alicante, locais indicados em todos os livros da autora que li até agora, uma vez que são locais de extrema importância para os Caçadores de Sombras, pois pertencem à sua pátria.

Gostei muito da Amantis, personagem importante para o enredo devido à sua própria história. Uma mulher forte, apesar de parecer frágil. Também gostei muito de Sebastian Verlac (uhhuh!), pois foi a personagem que mais garra veio trazer à história. Sinceramente, achei que, sem ele, o livro não teria sido tão bom. A autora teve bastante esperteza em só apresentar esta personagem neste momento, pois ela é o centro de tudo. Sebastian é quem move todas as peças do jogo para que este de desenvolva e está excelente. Tem bastante garra, pujança. É misterioso e vê-se que esconde algo, mas não se consegue compreender logo o quê... e depois começa-se a juntar certas peças, a pensar... e é então que se chega à conclusão de quem ele é neste jogo. Gostei imenso de ver a minha teoria sobre ele realizada na história. Muito bom! Senti um maior gosto pela Clary e pelo Jace, personagens que ainda não me tinham cativado totalmente. Fiquei contente com elas ao longo deste livro. Também aparecem personagens da outra trilogia, o que é bastante interessante, conectando assim as histórias entre si. Outro aspeto que senti foi o desenvolvimento das personagens. Neste livro, senti que todas as personagens cresceram psicologicamente, denotando assim um amadurecimento da própria história.

O enredo é bastante interessante. Apesar de continuar a haver foco sobre as relações entre as personagens, há um maior realce a nível da intriga do passado e do presente das personagens, intriga essa que faz com que os acontecimentos de desenvolvam com mais intensidade. Há mais jogos políticos, mais mistérios, mais batalhas, mais suspense. Tem momentos mais dark, o que favorece o ambiente e a intriga em si. Senti algumas das emoções que tinha sentido ao ler a trilogia Clockwork Devices e isso foi fantástico. Ou seja, senti que a proporção de sentimentos amorosos entre as personagens ficou mais equilibrada com a intriga em si, com os motivos de Valentine, com os porquês dos acontecimentos que levaram àqueles momentos e àqueles interesses. Este livro dá mais importância à intriga do que aos "amores" das personagens e gostei muito disso. Está tudo no seu devido patamar. Tem também momentos de grande suspense, principalmente na reta final. Esses momentos são bastante bons e intensos. O desfecho está excelente! Nada é colocado na história ao acaso e tudo está ligado, o que é sempre de relevo. São estes aspetos que promoveram um clima mais denso e mais interessante para o desenvolvimento da história.

Em suma, fiquei muito contente com a autora por ter criado uma história excelente. Fiquei agradada pelo desenvolvimento que acontece ao longo deste volume, uma vez que não tinha ficado totalmente maravilhada com os dois volumes anteriores. Recomendo a todos e agora é ler os próximos! 

- Contei-te a verdade como a via. Todos nós contamos a verdade conforme a vemos, não é? Já alguma vez te perguntaste quantas mentiras pode haver no que a tua mãe te contou e que serviram o objetivo dela? Acreditas de facto que conheces todos os segredos do teu passado? (Rainha das Fadas para Clary - p.403)

Podem ler as opiniões dos dois livros anteriores aqui e aqui

NOTA (0 a 10):  10

4 comentários:

  1. Sempre à espera do "próximo episódio", ne? :)

    Beijinhos*

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    Respostas
    1. Aí está =D
      Há mais três desta coleção.

      Beijinhos!

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    2. Viva,

      Bem cada vez estás a ficar mais admiradora da escritora, muito bem, tenho mesmo que ler :)

      Bjs e excelente comentário :)

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    3. Olá!

      Tens mesmo de ler. As suas histórias são excelentes, com especial destaque para a trilogia As Origens (Clockwork Devices) =)

      Bjs e obrigada! =)

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